Leusa Araújo e a Agitação à Beira-mar

Nascida em São Paulo, em 25 de junho de 1960, Leusa Araújo teve uma infância cheia de leituras e criação literária. Desde os cinco anos, colecionava revistas e escrevia poesias; aos nove, já usava máquina de escrever. Cursou jornalismo na PUC-SP e fez pós-graduação em dramaturgia na Escola Superior de Artes Célia Helena, São Paulo. Publicou seu primeiro livro infantojuvenil em 1994, “Agitação à Beira-Mar”, parte da Coleção Vaga-lume. Prefere escrever no computador quando está no escritório e usar máquina de escrever em casa. Releitura constante e sharing com as filhas fazem parte do ritual após o texto estar pronto.

Os livros não são ilustrados por ela — a editora escolhe um ilustrador que se identifique com o texto. Foi assim que conheceu e fez amizade com a ilustradora Sônia Magalhães, responsável por A cabeleira de Berenice. Em muitos contos, ela mistura experiências pessoais e casos judiciais, usando narrativas fragmentadas e colocação de vozes paralelas para gerar intensidade emocional e crítica social.

O livro “Agitação à Beira-Mar” tem cerca de 110 páginas, com capítulos curtos e narrativa ágil — característica típica da coleção Vaga‑Lume, destinada ao público infantojuvenil e com foco em aventura, mistério e investigação. A história se passa na fictícia cidade litorânea de Mandira. A protagonista Laurita, filha de um juiz recém-transferido, percebe um possível crime após estranhos acidentes com pescadores. A investigação envolve personagens como Tião Bugreiro e o enigmático Moisés, garoto de olhos verdes marcantes, e culmina em descobertas sobre herança e morte misteriosa. Laurita investiga o caso com auxílio de amigos, incluindo Rui, seu primo cego que serve como navegador — uma escolha incomum que amplia a representatividade na narrativa juvenil.

A investigação não é apenas aventura - envolve tensões sobre conflitos de terras entre caiçaras e ricos proprietários, evidenciando disputas sociais e manipulações de poder no ambiente rural ou litorâneo.