Orígenes Lessa - O Feijão e o Sonho
Orígenes Themudo Lessa, nascido em Lençóis Paulista no dia 12 de julho de 1903, foi um jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta brasileiro, um dos imortais da Academia Brasileira de Letras. Foi um escritor que se alinhou ao movimento modernista, mas, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, manteve uma linguagem mais simples e acessível, buscando maior proximidade com o leitor comum. Em 1956 publicou seu romance "O Feijão e o Sonho", até hoje considerado uma das obras mais relevantes da literatura brasileira. A partir de 1970 dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.
O título de sua obra mais conhecida, "O Feijão e o Sonho", é extremamente simbólico e carrega um grande significado. O "feijão" representa a realidade cotidiana, a vida simples e os aspectos práticos da existência, enquanto o "sonho" está relacionado às aspirações, aos desejos e aos ideais que buscam algo além da realidade. A obra aborda temas como os conflitos entre o mundo dos sonhos e da realidade, a luta pela realização pessoal, as frustrações da vida cotidiana e as dificuldades de se conciliar os ideais com as limitações impostas pela realidade.
A obra não segue uma estrutura linear tradicional. Ela se constrói através de diferentes camadas de reflexão, alternando entre o plano psicológico e o social. O livro utiliza o simbolismo e a alegoria para mostrar as lutas internas dos personagens e suas interações com o mundo externo.
Embora a obra seja bastante intimista, ela também faz uma crítica sutil à sociedade brasileira da época (anos 50), explorando as tensões entre diferentes classes sociais e as frustrações e limitações impostas pelas condições de vida. A crítica de Lessa à busca pelo sucesso a qualquer custo também é uma das principais reflexões da obra.
"O Feijão e o Sonho" foi adaptado para o cinema em 1959, dirigido por Rodrigo de Azevedo e incluído na conhecida Coleção Vaga-Lume em 1981. As adaptações ajudaram a consolidar a obra como um dos marcos da literatura brasileira, trazendo-a para uma nova audiência.
Orígenes Lessa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1967, ocupando a cadeira número 19, que havia sido anteriormente ocupada por Cruz e Souza, um dos maiores poetas do simbolismo brasileiro.
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