Michael Ende e A História Sem Fim - O livro e o filme
Michael Andreas Helmuth Ende nascido em Garmisch-Partenkirchen (Bavária), em 12 de novembro de 1929, foi um escritor alemão de histórias para o público adulto e infanto-juvenil. Seus livros foram traduzidos para mais de 40 idiomas e vendeu mais de 35 milhões de cópias, sendo o mais conhecido “Die unendliche Geschichte” (A história sem fim) de 1979.
Ende foi muito influenciado pelo surrealismo, pelos contos de fadas tradicionais e pela filosofia, especialmente a antroposofia de Rudolf Steiner, que explora a relação entre o espiritual e o material. Seus livros frequentemente exploram a luta entre a fantasia e a realidade, a importância da imaginação, o tempo, e o dilema entre o materialismo e os valores mais elevados da vida humana.
A História Sem Fim tem uma estrutura única, com dois enredos paralelos. O mundo real, onde vive o jovem Bastian, e o mundo de Fantasia, para onde ele é transportado. As partes do mundo real são escritas em tinta vermelha, enquanto as de Fantasia são em verde.
O livro é um excelente exemplo de metaficção, onde a história fala sobre si mesma. Bastian, o protagonista, lê o livro dentro da própria narrativa, e sua leitura afeta diretamente o mundo de Fantasia. O livro aborda temas profundos como a autodescoberta, a imaginação como fonte de criação e a responsabilidade que vem com o poder. Também reflete sobre o escapismo e o retorno à realidade com um novo entendimento sobre si mesmo.
Ende cresceu durante o regime nazista e seu pai, o pintor Edgar Ende, teve suas obras consideradas "arte degenerada" pelos nazistas. Isso impactou profundamente a Michael, que sempre expressou aversão a regimes autoritários.
O filme (1984), dirigido por Wolfgang Petersen e produzido na Alemanha, foi uma das produções mais caras da época e grande sucesso mundial, mesmo com as críticas de Ende. Ende ficou extremamente descontente com a adaptação cinematográfica de “A História Sem Fim”, pois achou que o filme distorcia a essência de seu livro e chegou a pedir que seu nome fosse retirado dos créditos.
O filme adapta apenas a primeira metade do livro. Enquanto o filme termina com Bastian salvando Fantasia, o livro continua com a jornada de autodescoberta de Bastian e a sua transformação.
Os efeitos especiais foram considerados impressionantes para a época. A produção utilizou muitos animatrônicos, como o dragão Falkor, que teve uma cabeça de 4 metros de comprimento operada por uma equipe de 25 pessoas e a música tema do filme, “The NeverEnding Story”, cantada por Limahl, tornou-se um sucesso instantâneo e é até hoje associada ao filme.
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