Monteiro Lobato e o Sítio do Picapau Amarelo

José Bento Renato Monteiro Lobato nascido em Taubaté, 18 de abril de 1882 foi um advogado, promotor, escritor, editor, ativista e tradutor brasileiro. Pode-se dizer que foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Também foi pioneiro na literatura didática, ensinando história, geografia, matemática, física e gramática como parte de suas histórias.

Em 1920, durante uma partida de xadrez com Toledo Malta, este contou a Monteiro Lobato a história de um peixe que, saído do mar, desaprendeu a nadar e faleceu afogado. Lobato diz que perdeu a partida porque o peixinho não parava de nadar em suas ideias, tanto que logo sentou-se à máquina e escreveu “A História do Peixinho Que Morreu Afogado”.

Este conto, deu origem ao livro “A Menina do Narizinho Arrebitado”, o primeiro livro infantil do Brasil e que introduziu a personagem-título Lúcia, ou Narizinho, sua boneca de pano Emília, Dona Benta e Tia Nastácia. O livro foi posteriormente reeditado, no ano de 1931, como o primeiro capítulo de “Reinações de Narizinho”, livro que serve de propulsor a “Sítio do Picapau Amarelo”, uma série de 23 volumes de literatura fantástica, escrita pelo autor entre 1920 e 1947.

Para o cenário da fazenda do Sítio, Lobato foi inspirado em memórias de sua própria infância, já que ele mesmo viveu com sua família em uma fazenda no interior de São Paulo.

Diversos autores consideram Emília como um alter ego do Autor. Nela, Lobato exprimiria, muitas vezes, suas próprias opiniões que, por contrariarem o senso comum da época, foram colocadas na boca de uma criatura cuja índole era irresponsável e que, por ter enchimentos de macela, falava sem pensar.

A partir de 2010, ganhou repercussão na mídia e nos meios jurídicos brasileiros a questão em torno da obra de Monteiro Lobato, “Caçadas de Pedrinho”, publicada em 1933. No livro em questão, a personagem negra Tia Nastácia é chamada de "macaca de carvão" e referida como pessoa que tem "carne preta". A obra, cuja leitura é obrigatória nas escolas públicas, foi alvo de mandado de segurança impetrado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) perante o Supremo Tribunal Federal.

 

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