Lúcia Hiratsuka - Tradição Japonesa na Literatura Infantil

 

Lúcia Hiratsuka nascida em Duartina -SP (1960), é uma artista plástica, ilustradora e escritora brasileira. De ascendência japonesa, recebeu em 1988 uma bolsa de estudos para a Universidade de Educação de Fukuoka, no Japão, para pesquisar sobre os e-hons (tradicionais livros ilustrados japoneses criados através de xilogravuras, que já eram, à época, sua principal influência artística). Voltou para o Brasil no ano seguinte, já trabalhando com ilustração. Sua primeira obra, “Os Livros de Sayuri” (1987) já mostrava a presença de elementos da cultura nipônica. Além de escrever, é ela mesma quem ilustra muitos de seus livros. Seu traço é delicado, poético, e muitas vezes remete à estética japonesa do emakimono (pergaminhos ilustrados). Em 1995, ganhou o Troféu APCA por seus livros Hatikazuki Hime, Momotaro e Tanabata (todos da coleção Contos e Lendas Japonesas). Em 2019, Lúcia ganhou o Prêmio Jabuti em duas categorias: melhor livro juvenil, por “Histórias guardadas pelo rio” (Edições SM) e melhor ilustração, por “Chão de peixes” (Pequena Zahar).


Em sua mais recente obra, “Amanhã”, ela conta três histórias: a primeira, “Depois da Ponte”, é o seu caminho até a escola, a máquina de costura da mãe, a marmita para carregar. Na segunda, “Caminhos das Amoreiras”, a narrativa contém a infância da mãe dela e de outros filhos de imigrantes japoneses, do período em que estudar o idioma era proibido no Brasil. A terceira, “Tooryanse”, é a memória de uma cantiga ensinada por sua avó Orie (que dá nome a outro livro de Lúcia). O entrelace é o próprio objeto, que desde a capa se faz por meio de um retrato das três infâncias, das três mulheres, das três memórias que se unem pela relação com o direito ao estudo.


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