Hergé e as polêmicas em torno de Tintim

 

Georges Prosper Remi, nascido em Etterbeek, na Bélgica, em 22 de maio de 1907, conhecido pelo nome Hergé, foi um escritor, artista, e desenhista de banda desenhada (histórias em quadrinhos). O seu pseudônimo “Hergé” corresponde à pronúncia das suas iniciais por ordem inversa (R.G.), e que apareceria pela primeira vez em dezembro de 1924. Tornou-se famoso como criador, em janeiro de 1929, do consagrado e mundialmente conhecido personagem e herói Tintim, um jovem repórter belga que viajava pelo mundo com o seu cão Milu, e que acabava invariavelmente se envolvendo em loucas aventuras.

Embora seja um tema polêmico, diz-se que o personagem Tintim foi inspirado grande parte em um personagem anterior, Totor, e no seu próprio irmão, Paul.

As grandes polêmicas em torno do escritor Hergé giram ao redor de seu relacionamento profissional, a partir de agosto de 1927, com o editor do “Le XXe Siècle”, o abade Norbert Wallez, um fascista assumido. As histórias de Tintim foram muito influenciadas pela ideologia de Wallez, como por exemplo, “ Tintim no País dos Sovietes”, publicado em tiras entre 10 de janeiro de 1929 e 8 de maio de 1930, tinha o intuito de fornecer propaganda anticomunista ao público juvenil. A aventura “Tintim no Congo”, foi concebida para encorajar o sentimento colonialista em relação ao Congo Belga. Escrito num tom paternalista que retratava os congoleses como infantilizados, em décadas posteriores a obra seria acusada de racismo. E finalmente, “Tintim na América”, publicada entre setembro de 1931 e outubro de 1932, foi usada para impor uma agenda anti-capitalista e anti-consumista de acordo com a ideologia ultra-conservadora do jornal.

Muitos livros de Tintim passaram por "revisões", procurando fazer a crítica do conteúdo de algumas de suas histórias, contudo, tais revisões foram recebidas como ridículas por grande parte da crítica e do público. Os álbuns de Tintim, como os de outros personagens criados por Hergé, são lidos em mais de 40 línguas pelo mundo afora. Os álbuns com histórias completas são de uma precisão incrível, com todos os detalhes minuciosamente cuidados e são também um marco no desenvolvimento das histórias em quadrinhos.